8 casos de espionagem industrial que chocaram o mundo

Conheça 8 casos de espionagem industrial que deixaram a ética de lado para tentar superar a concorrência.

Renault-Nissan Leaf
Em 2011 a união entre a francesa Renault e a japonesa Nissan ganhou as manchetes policiais. Dominique Gevrey, encarregado de segurança da Renault, chegou a ser preso após interrogatório na França a respeito da venda de informações sigilosas do projeto do Leaf, modelo de carro elétrico.

Apesar de toda a complicação jurídica, os franceses disseram que nenhuma das 200 patentes relacionadas ao projeto foram vazadas. Atualmente o Leaf é o carro elétrico mais vendido no mundo, com quase 300 mil unidades vendidas. Ele pode chegar ao Brasil em 2019.

General Motors e a fábrica da Volkswagen
Este caso é o mais antigo entre os casos de espionagem industrial que trazamos. Em 1993 José Ignácio López de Arriortúa deixou a GM para ser o chefe do Departamento de Compras da Volkswagen. Parecia apenas um movimento natural de um executivo do ramo. Parecia.

A General Motors acusou Arriortúa de levar consigo segredos de um novo carro e documentos e planos sigilosos. Entre eles estaria o projeto de fábrica que revolucionaria toda a indústria. Depois de alguns anos, a Volkswagen aceitou pagar indenização de 100 milhões de dólares e gastar 1 bilhão na compra de peças da concorrente. O executivo saiu da emrpesa alemã em 1997, desgastado pela batalha judicial.

Ah, o projeto de fábrica foi colocado em prática pela Volks. Ela está ativa há 22 anos e foi realmente revolucionária. O conceito de Consórcio Modular foi aplicado pela primeira vez nessa planta, localizada na cidade de Resende, no Rio de Janeiro. Consiste em reunir todos os fornecedores das peças em um só local, acelerando a produção e montagem dos veículos. No período, quase 1 milhão de caminhões saíram dos portões da fábrica.

Displays da discórdia
Depois de dois casos da indústria automobilística, vamos para a tecnologia. Em 2012 a polícia coreana prendeu 11 funcionários da Samsung e da LG. A acusação era de venda de detalhes da tecnologia AMOLED, da primeira, para a segunda.

O pagamento foi de 168 mil dólares e o “produto” oferecido também para outras concorrentes da Samsung, de acordo com a acusação. A LG negou a espionagem e ressaltou que todas as tecnologias obtidas ou nas quais seus funcionários trabalham tratam-se de padrões proprietários seus ou de conhecimento amplo do mercado.

Querida, esqueci o crachá
Mais um caso em que acusam a LG. Dessa vez aconteceu no Brasil, mais precisamente na fábrica da Philips em Manaus. A empresa holandesa recebia quatro representantes da LPL (joint venture da LG e Philips, que faz produtos para ambas), mas um deles foi reconhecido.

O crachá dizia que se tratava de Justin Cho, mas na verdade era o gerente de qualidade da LG Eletronics de Manaus, Yul Rae Cho. A justificativa? O homem afirmou ser novo na LPL e que não portava seu cartão no momento. A espionagem pretendia acesso a detalhes sobre a nova TV LCD de 52 polegadas da Philips.\

Michael Jackson e o Moonwalker
É bastante comum colegas de trabalho se juntarem para formar uma empresa, certo? Pois foi o que fizeram Denis Dekovic, Marc Dolce e Mark Miner, designers da Nike, em 2014. O problema é que eles montaram a sua sociedade para atender a Adidas, maior concorrente de seu antigo empregador.

Mas não para nisso. Segundo a acusação da empresa dos EUA, eles prometeram informações privilegiadas para os alemães e copiaram testes de performance e estratégias de marketing. A cereja do bolo foi a linha de calçados e roupas Moonwalker, desenvolvida por eles para a Adidas. Enquanto ainda trabalhavam para a Nike. A estimativa dos designers era de faturar 93 milhões de dólares com a linha.

Bonequinha de luxo
No início dos anos 2000 as Bratz começaram a ameaçar o reinado da Barbie. Foi quando por denúncia anônima a Mattel, fabricante da segunda, soube que o criador das concorrentes era um ex-funcionário. Esse é dos casos de espionagem industrial com mais reviravoltas. Inicialmente a MGA perdeu os direitos sobre as bonecas. Depois a Mattel entrou em acordo com Carter Bryant, o designer, e posteriormente ainda viu a primeira decisão ser revogada.

Já em 2010 foi a vez da MGA processar a Mattel, alegando que funcionários da empresa acessaram suas fábricas e da Hasbro para fotografar novos produtos. Mais uma vez a fabricante da Bratz levou a melhor, com idenização superior a 300 mil dólares.

Se está no lixo não é segredo
Apesar de ser uma marca muito relacionada a produtos de limpeza, a P&G se envolveu em uma acusação bem suja em 2001. Detetives contratados por ela foram flagrados mexendo no lixo da concorrente Unilever.

Eles buscavam informações a respeito de novas fórmulas capilares. Acabaram encontrando um enorme problema. Para evitar um processo judicial, a Procter & Gamble pagou 10 milhões de dólares em um acordo e jogou a polêmica no lixo.

Aqui não, queridinho
Finalizamos a lista de casos de espionagem industrial com um que não deu nada certo. Steven Davis estava se sentindo desvalorizado na empresa onde trabalhava e decidiu se vingar. O engenheiro trabalhava em uma companhia onde a produção do Mach 3 da Gillette era terceirizada.

Davis então pegou o projeto completo e decidiu vazar por fax para vários competidores. A Bic, uma das concorrentes, não entrou no jogo e foi além. Pegou o material enviado e denunciou o traidor para o FBI. Em 1998 o engenheiro foi condenado a 10 anos de prisão, mais pagamento de multa de 1,25 milhão de dólares.

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