
Como é ser um detetive na vida real?
- Luiz Gomes
- 13 de julho de 2022
- De olho na lupa, Opinião
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Detetives particulares normalmente são contratados por indivíduos ou empresas para conduzir investigações sobre um assunto específico. Desde reunir evidências de um cônjuge traidor, até investigar fraudes dentro de uma empresa, o trabalho de um detetive particular pode variar muito.
No entanto, graças a filmes, séries e livros, muitos de nós temos uma visão romantizada (e distorcida) do que um detetive particular realmente faz e de como o trabalho é realizado. Nesta galeria, investigamos como é ser um detetive particular da vida real!

Ideia romântica
Muitos de nós temos uma ideia romantizada de como é ser um detetive particular com base em filmes e livros, por exemplo. Assim como a maioria dos espiões não andam por aí de smoking bebendo martinis, é bem improvável que a gente encontre um detetive particular usando um casacão e chapéu.

Estudos
Precisa ir para a faculdade para se tornar um detetive particular? Bem, não exatamente, mas isso certamente pode ajudar. A melhor alternativa é fazer um curso com alguém experiente no mercado.
Embora não haja um diploma específico para quem quer entrar nessa área, os seguintes cursos podem ser uma boa escolha: Direito, Informática Forense, Gestão empresarial, Justiça Criminal ou Criminologia, e até mesmo Ciências Políticas.

Licença
Isso obviamente depende do país em que trabalham, mas a maioria vai precisar de uma licença para operar legalmente como investigador privado.
Nos EUA, por exemplo, existem diferentes leis e agências reguladoras, dependendo do Estado. Alguns Estados, incluindo o Alasca e Wyoming, não exigem que os investigadores tenham uma licença específica de detetive particular, mas uma licença de negócios é frequentemente necessária.
No Brasil a profissão é amparada pela Lei 13.432/17 que reconheceu o detetive particular como profissão. Em seu Artigo 2º é definido as prerrogativas do detetive:
Art. 2º – Para os fins desta Lei, considera-se detetive particular o profissional que, habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade civil ou empresarial, planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, com conhecimento técnico e utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos, visando ao esclarecimento de assuntos de interesse privado do contratante.

Eles precisam conhecer a lei
Embora os detetives particulares não sejam advogados, certamente estarem atualizados com a lei ajuda no trabalho. Especialmente nas áreas em que se especializam. Ser desonesto, como alguns detetives fazem nos filmes, provavelmente vai colocá-los em sérios problemas com a lei.
O instrutor e investigador de Educação Profissional e Continuada da Universidade de Washington, Robert Mullins, dá um bom exemplo: “Há muitas maneiras de acabar violando a Lei de Relatórios de Crédito Justo ou ir contra o direito à privacidade.”.

Devem entender de tecnologia
Os dias de caneta e papel, binóculos e câmeras de filme acabaram. As coisas estão muito mais sofisticadas agora e um detetive particular deve dominar as mais recentes tecnologias
A coleta de dados e evidências, vigilância e outras tarefas em que os detetives particulares precisam se envolver, hoje em dia, dependem muito do uso da tecnologia moderna.

Clientes
Os detetives particulares trabalham com uma grande variedade de clientes, por isso boas habilidades de comunicação são imprescindíveis para qualquer profissional. Eles também precisarão de grandes habilidades em lidar com pessoas no geral para poder falar e obter as informações que precisam dos indivíduos (tanto clientes, quanto aqueles com quem conversam ao longo de uma investigação).

Tipos de clientes
O livro ‘Como Iniciar um Negócio de Investigação Privada: Um Projeto Comprovado para o Sucesso’ detalha vários tipos de clientes que um detetive particular pode encontrar. Entre eles está “O Aventureiro”, que quer se envolver na investigação
Outros exemplos incluem “O Avarento”, que vai se basear no dinheiro na hora de contratar ou não o detetive e o “Buscador de Milagres”, que quase não dá ao investigador informações para trabalhar.
Como em qualquer outra profissão, muitos clientes em potencial são pura perda de tempo. E há até aqueles que contratam detetives particulares e esperam que eles quebrem a lei.

Tarefas
Algumas das tarefas realizadas pelos detetives particulares incluem verificações de antecedentes criminais, a realização de entrevistas, a busca por pessoas desaparecidas ou a averiguação de registros públicos e judiciais.
Mas também há coisas mais interessantes, como obter evidências da infidelidade de um cônjuge, ou investigar possíveis roubos ou fraudes dentro de uma empresa.

Pode ficar chato
Paciência é uma das virtudes mais importantes que um detetive particular deve ter. Trabalhos como vigilância podem ser extremamente monótonos.
Ao contrário da maioria das situações de vigilância policial, os detetives particulares trabalham sozinhos e devem evitar distrações (e até mesmo pausas para xixi, por exemplo), caso contrário podem simplesmente perder algo importante..

Limite de horários
A agenda de um detetive particular pode ser imprevisível, dependendo do caso em que está trabalhando. “É difícil ter um horário fixo quando se é um detetive particular”, sinalizou o Escritório de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos.
Um detetive particular pode ter que passar longas noites fazendo vigilância ou pode precisar começar a trabalhar de manhã cedo para rastrear os passos de alguém ao longo do dia.

Nem sempre é um trabalho solitário
Embora grande parte do trabalho de um detetive particular seja, geralmente, feito sozinho, há momentos em que trabalhar com outras pessoas é necessário.
Isso inclui a polícia e até mesmo outros detetives particulares. Na verdade, algumas investigações complexas exigem a colaboração de vários investigadores trabalhando juntos.

Pesquisa e escrita
O trabalho envolve muita pesquisa e escrita. Isso inclui tanto a papelada literal quanto os arquivos digitais.
Coisas como relatórios de investigação, relatórios de incidentes e resumos de casos são apenas alguns exemplos. Há também entrevistas e outros registros que fazem parte do arquivo de investigação.

Conformidade com a lei
Garantir a comprovação do cumprimento legal também é de extrema importância para um detetive particular. Manter um histórico de todas as medidas tomadas é importante para provar que nenhuma lei foi quebrada.

O trabalho pode ser perigoso
Ser um detetive particular não é exatamente um trabalho livre de riscos. Isso é particularmente verdade quando tarefas como vigilância precisam ser conduzidas à noite em bairros perigosos.
E, claro, o investigador privado está sempre em risco de ser pego enquanto procura um cônjuge traidor, ou quando está investigando potenciais criminosos e assim por diante. As consequências podem ser terríveis.

O salário varia
A remuneração varia de acordo com o trabalho e com o cliente. Os detetives particulares podem cobrar qualquer coisa acima de R$ 100,00 por hora, até várias centenas. Depende muito do investigador, do cliente e do trabalho.

A demanda por detetives particulares está crescendo
Pode-se pensar que, com a internet e as tecnologias modernas sendo mais acessíveis a todos, o trabalho de um detetive particular diminuiria em popularidade. Mas o que acontece é exatamente o contrário.
Só nos EUA, espera-se uma taxa de crescimento de 13% na função até 2030.
Fontes: (U.S. Bureau of Labor Statistics 1, 2, 3, and 4) (University of Washington) (Grunge)
Fonte matéria: https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/other/como-%C3%A9-ser-um-detetive-particular-na-vida-real/ss-AAZuvl6#image=29