Filho investiga por conta própria e localiza criminoso que assassinou seu pai

Era pra ser apenas mais um crime sem solução nas estatísticas policiais.

Leandro Rodrigues Ferreira Alves passou 12 anos buscando pela internet o assassino de seu pai, morto a tiros em Registro, no interior de São Paulo, em 2010.

O pai de Leandro, Elder Alves, que na época tinha 38 anos, ia à delegacia registrar um boletim de ocorrência contra o homem, que o ameaçava de morte. Na ocasião, Elder foi atingido por dois tiros, sendo um no coração, e não resistiu. Quando o crime ocorreu, Leandro tinha 16 anos.

Promessa no túmulo

Leandro se lembra que foi até o cemitério, se ajoelhou em frente à lápide do pai e fez uma promessa. Que não iria descansar até encontrar o assassino. “Falei também que eu ia mudar de cidade, mas que 10 anos depois eu voltaria e seria aí que eu conseguiria encontrá-lo”. O jovem, então com 19 anos, mudou-se para uma cidade que fica a 700 km de Registro para começar uma nova vida. Casou. Teve um filho, hoje com 4 anos. Mas, mesmo reconstruindo a vida, a promessa que fizera ao pai nunca saía de sua cabeça. E ele continuou procurando pistas sobre o paradeiro do suspeito.

Técnicas de investigação em fontes abertas

Sem perceber, Leandro aplicou Técnicas de Investigação OSINT utilizando ferramentas de fontes abertas disponíveis na internet.

Foi numa dessas pesquisas que Leandro encontrou um CNPJ em nome do criminoso que continha um número de telefone de contato com DDD de outro estado.

Mais uma vez o tino de investigador aflorou em Leandro e o levou a usar outras ferramentas de investigações em fontes abertas que o fez descobrir a localização do criminoso.

Com as primeiras informações em mãos Leandro simulou então dois pagamentos em Pix, para se certificar dos dados que surgiriam. O primeiro, pelo CNPJ aparecia o nome do sujeito nas informações de pagamento. O segundo, pelo telefone com DDD 41. Dessa vez, foi o nome da esposa que apareceu. “Comecei a fuçar as redes atrás dela, porque o assassino não tinha foto em lugar nenhum. Soube que nem o filho que teve com essa mulher ele quis registrar para não ser rastreado. Mas ela, eu consegui encontrar nas redes sociais. E descobri que estavam vivendo em Fazenda Rio Grande, em Curitiba (PR)”, contou….

A confirmação

Com as informações em mãos, o líder de produção acionou primeiro a polícia de Aracaju, que confirmou ser o suspeito de assassinato o responsável pelo CNPJ. Depois, ele acionou a polícia de Curitiba, repassando as informações que havia conseguido.

Prisão em ação conjunta

“Consegui então contato com um guarda municipal que tinha essa mulher como seguidora numa rede social. E o policial civil que me atendeu morava a poucas quadras da casa onde o assassino residia com a família. Daí eles fizeram uma operação conjunta entre polícia civil e guarda municipal, que terminou com a sua prisão”

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