O que Sherlock Holmes pode te ensinar sobre o pensamento lógico?
A história de Sherlock Holmes
Sherlock Holmes foi criado pelo escritor e médico Sir Arthur Conan Doyle. Ambientado no final do século XIX e início do século XX, Sherlock aparece pela primeira vez na história “Um estudo em Vermelho”, em 1887, publicada na revista Beeton’s Christmas Annual. Carismático e astuto, Holmes logo se tornou um sucesso pelo método científico e por sua capacidade para desvendar crimes aparentemente insolúveis.
Ao todo, são 56 contos e 4 romances. Muitas destas histórias são relatadas por Dr. Watson, fiel escudeiro e colega de quarto do detetive.
O pensamento lógico e a ciência da dedução em Sherlock Holmes
Sherlock encara os desafios como um jogo e, talvez por ter tanto entusiasmo pela resolução de casos, frequentemente era visto como um psicopata, invasivo e insensível, aspecto bem demonstrado pela série de Steven Moffat.
Porém, por maior que fosse a obsessão de Holmes pela resolução de problemas, todo o processo de investigação era guiado pela “Ciência da Dedução”, que ele explica entusiasmado ao longo das séries. “A detecção é, ou deveria ser, uma ciência exata”.
O sistema utilizado por Holmes foi aperfeiçoado ao longo de sua carreira e era baseado em 3 princípios básicos: a observação, a dedução e o conhecimento. Vamos desdobrar as etapas do raciocínio do detetive mais querido em todo o mundo e aproveitar algumas dicas para a rotina de estudos? Venha conosco!
Observação
Durante toda a saga, Sherlock Holmes explica ao seu fiel companheiro Dr. Watson a importância da observação de pequenos detalhes. “As coisas aparentemente mais insignificantes são as de maior importância”.
Tanto nas séries de TV quanto nos livros, as cenas em que Sherlock observa os detalhes das cenas do crime são instigantes. No episódio “A Study in Pink”, da série dirigida por Moffat e Gatiss, por exemplo, Sherlock observa no corpo de uma mulher que ela é canhota, o casaco dela está molhado, e que todas as suas joias estão gastas, exceto o anel de casamento. A partir disso, ele deduz que ela retira a aliança com frequência por ter um casamento infeliz. Como o casaco da senhora estava molhado e não havia chovido em Londres, Sherlock observa, a partir de um aplicativo de previsão do tempo, que a mulher havia partido de Cardiff, onde chovia. As marcas na panturrilha e nas mãos indicavam que a mulher segurava uma mala de rodinhas, perdida em meio à investigação.
Na resolução diária de problemas, alie a visão global à observação de itens que poderiam passar despercebidos. Detalhes ocultados por uma má interpretação de texto podem criar obstáculos para que a solução do problema seja encontrada.
Dedução
Com base na observação cuidadosa das pistas e das evidências captadas na cena do crime, Sherlock Holmes formulava hipóteses e teorias sobre as vítimas, as circunstâncias do crime e os algozes. “É da maior importância, na arte da dedução, saber distinguir, dentre os vários fatos, quais são os de vital importância”, afirma o detetive.
Depois de coletar todas as pistas e os dados, Sherlock os colocava lado a lado e os analisava em conjunto. Assim, ele pretendia “se aproximar do caso com a mente completamente clara, o que é sempre uma vantagem”. Dessa forma, o detetive achava um erro tirar conclusões precoces diante dos dados. Afinal, pré-conceitos podem ser distorcidos para se encaixar em algumas teorias. Por isso, é tão importante mudar o ponto de vista, de forma a enxergar o problema de diferentes maneiras.
Em seus estudos, busque identificar e organizar os dados e informações para compreendê-los bem. No entanto, quando sua mente estiver cansada, se permita um descanso. Assim, mudar a sua perspectiva e estabelecer relações entre as informações que você possui fica bem mais fácil.
Conhecimento
Por volta de 1878, quando Sherlock Holmes iniciou sua carreira como detetive consultor, ele se deu conta de seus lapsos de conhecimento dos fatos, levando-o a falhas nas investigações. Por isso, Holmes passou a coletar informações variadas.
Quando conheceu Dr. Watson, em 1881, Sherlock era visto como um dos homens mais bem informados de seu tempo, além de ter uma grande capacidade para retenção dos fatos.
Em “A Juba do Leão”, o detetive escreve: “Possuo um vasto acervo de conhecimentos incomuns, que não seguem normas científicas, mas que são muito úteis aos propósitos do meu trabalho”. Este aspecto é muito bem explorado nos filmes de 2009 e de 2011, dirigidos por Guy Ritchie com Robert Downey Jr. no papel de Holmes. Com uma face mais travessa, o Sherlock de Downey Jy. explora diversas formas de disfarce, de desarmar seus inimigos, proteger seus aliados e tipos de armas. Se você gosta de ação, vale a pena conferir!
A lição desta terceira etapa do “raciocínio sherlockiano” é que você deve explorar a sua área de conhecimento com curiosidade e interesse. Anote informações importantes, atualize-se por meio de artigos na internet, leia os livros de referência, busque conhecer os maiores autores e formas de compartilhar o que você sabe. Grupos de estudo ajudarão você a encontrar Watsons e outros fieis escudeiros para suas pesquisas e descobertas!
Quero conhecer Sherlock Holmes.
Por onde começar?
O cânone sherlockiano é composto por quatro romances e 56 histórias. Veja a lista aqui. No site Domínio Público, você pode ler as obras em inglês e em espanhol. Além disso, hoje já existem inúmeras publicações com as aventuras do detetive a preços acessíveis.
Você também pode conferir a série dirigida por Steven Moffat e Mark Gatiss, protagonizada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman. A série da BBC é celebrada por ser fiel ao cânone de Sir Conan Doyle e por acrescentar um toque moderno às aventuras de Holmes e Watson, que se passam nos dias de hoje e são carregadas de bom humor.
A parceria deu tão certo que os atores repetiram a dobradinha em “O Hobbit — A Desolação de Smaug” (Peter Jackson, 2013), em que Freeman interpretou Bilbo e Cumberbatch faz uma impressionante atuação em motion-capture no papel do dragão Smaug. Veja o vídeo aqui!
E você, tem alguma aventura favorita de Sherlock Holmes que deixamos de citar por aqui? Vai aproveitar as aventuras do detetive para aprimorar o seu pensamento lógico? Não deixe de ler também aqui no blog: “O detetive e a perspicácia na arte da investigação“.